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domingo, 14 de março de 2010

Estranhamente estranha

Me sinto estranha!
Como se eu não fosse dona de mim!
Se algo ruim me controlasse, controlasse os meus sentimentos o que não me deixa bem!
Parece que se eu ficar bem é uma coisa terrível, como se eu fosse obrigada a estar triste, passando mal, doente e desanimada!
Como se não houvesse satisfação!
é um saco isso!
Me pertuba muito!
Seria Auto sabotagem ??????????


Eu me boicoto...
Você sabe quando se boicota? Eu vivo me boicotando. Me boicoto toda vez que deixo de fazer o que me dá alegria, prazer, satisfação e tranqüilidade
Por Hilda Lucas

É estranho, é como uma má criação que faço a mim mesma. É uma forma de sonegação. Um adiamento. Um contratempo inventado. Tudo vira desculpa, tudo me distrai, tudo me desvia. Me perco em bobagens, em devaneios, em burocracias, em desânimos. Sei o que devo fazer mas me boicoto, não faço acontecer, não compareço.

Me boicoto quando evito emoções por medo de vivê-las. Dou motivos coerentes, faço avaliações lógicas e críticas demolidoras só para justificar minha paralisia, minha insegurança mesmo sabendo que tudo que eu quero são novas e boas emoções. Me boicoto quando penso burramente que melhor não ter do que perder. Me boicoto quando rejeito mudanças e afasto o novo. Quando procuro as velhas fórmulas e repito as mesmas receitas. Quando caio nas mesmas armadilhas e piso nas mesmas cascas de banana. (E os chocolates escondidos durante a dieta? E aquele cafajeste de plantão que é um tiro no pé? E a lista de decisões e desejos esquecida no fundo da gaveta? E a permissão para aquela amiga invejosa, baixo-astral, freqüentar a sua vida, vasculhar sua intimidade?E o cigarro?).

Há boicote na aderência aos hábitos, no comodismo, na preguiça. Há boicote na idéia de que segurança e proteção são sinônimos de invulnerabilidade e conforto. Há boicote quando nos trancamos em nossas gaiolas douradas ou celas de cadeia e deixamos a vida lá fora.

Me boicoto toda vez que o meu medo fica maior que o meu desejo. Toda vez que me encolho, me acomodo ou me deixo intimidar. Toda vez que aceito o destino como uma sentença, toda vez que me conformo ou visto carapuças. Me boicoto quando me invisto de culpas e desculpas que me afastam do que acredito e me faz bem e minto para mim mesma. Me boicoto toda vez que me acovardo.

Haverá boicote sempre que a coragem for menor que o sonho.

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